sexta-feira, 7 de novembro de 2014

JANELAS DA VIDA

Quando criança e em tempos de magia, eu me encantava com as decorações encontradas em minha cidade, ruas e janelas... Muitas delas repletas de luzes e brilho, o que me aguçava muita curiosidade sobre o que se encontrava por traz de todo aquele encanto. 
Lembro-me de visitar as ruas e avenidas mais iluminadas de minha cidade, e a cada ano, ao mesmo tempo que as luzes e brilhos aumentavam a minha curiosidade sobre o que se encontrava por traz daquelas belas janelas seguia o mesmo caminho. Com a chegada da maturidade e talvez por influência da minha cidade agitada, estressante e ao mesmo tempo capaz de nos tirar a magia de encontrar nos mais simples lugares e pessoas acontecimentos e momentos que nos deixam boas marcas e sentimentos, por alguns momentos perdi essa magia, apenas por alguns momentos, pois a curiosidade em saber o que aquelas janelas poderiam me revelar cresceu com o passar dos anos.
As janelas de minha casa eram simples, pobres e não me faziam ter quaisquer curiosidade sobre sua origem, história e processos que a fizeram estar ali, estagnada, invisível e esquecida do mundo.
Algumas dessas janelas no qual tive o prazer de aprecia-las eram simples como a minha que passava desapercebida aos olhos de quem a via.



Outras delas velhas, essas marcadas pela idade, por lutas e batalhas que as faziam parecer mais fortes do que realmente eram.




Encontrei também janelas simples mais que se mostrava aos seus admiradores ser mais do que realmente eram.


Janelas separadas pelos processos comuns da vida mas que pareciam querer voltar a estar próximas de seus pares.



Porém, algumas outras separadas para todo o sempre, e nesse caso era nítido perceber que uma fazia falta a outra.



Janelas frias, sem vida.



Janelas quentes e vivas.


Vi muitas janelas fortes, dura, que pareciam ser superiores as demais, mas na verdade tinha apenas formas diferentes de se mostrar ao mundo, porém, todas viviam num mesmo mundo apenas com cores diferentes.




Janelas ainda tão vivas que faziam todos as admirarem pela sua simplicidade, paz e alegria pelo simples fato de estarem fazendo parte de um mundo que parecia não condizer com o seu entorno devido à falta de algo, sim janelas que me mostravam que faltava algo.





Outras janelas me faziam indagar-me do porque as mesmas não receber o devido cuidado tamanho era sua beleza real.



Outras, porém, tinham cuidados até demais e nesse caso não é mera coincidência para com a sociedade em que vivemos, pois é esse e dessa forma o mundo em que vivemos.



Onde algumas parecem ser maiores que outras, mas no final podemos perceber que todas são... janelas.


Onde algumas recebem mais cuidados que outras.


Conheci ainda janelas estranhas, que após alguns minutos de curiosidade eu perdia a vontade de aprecia-la devido a sua falta de brilho ou de algo que me fizesse apaixonar-me pelo que estava por trás dela.


Tive ainda a oportunidade de me deparar com janelas que se mostravam medrosas, apreensivas e preocupadas com o mundo que as circundava.


Janelas recheadas de amor por ter ao seu lado o seu par perfeito e nesses casos era fácil notar que independente das intempéries, dificuldades e problemas, elas jamais se separariam.


Outras porém pareciam estar condenadas a estar sempre sozinhas.


Também foi possível encontrar durante a minha vida janelas belas, bonitas, bem cuidadas e com uma beleza inestimável que alcançava todos os patamares e acima de tudo empunhavam respeito devido ao processo pela qual a mesma passou para estar ali apresentada ao mundo.


Da mesma forma das janelas que pareciam ser irresponsáveis com a vida, e nesse caso uma irresponsabilidade ligada a forma de ver e viver a vida da forma que a fazia estar sempre bela,  independente de sua idade.


As coloridas eram as mais belas, pois a boa energia que eu sentia ao aprecia-las me encantava. De certa forma trazia uma certa magia e alegrava a minha vida ao ter contato com elas...


Vi ainda janelas que sempre estavam fechadas, não deixando passar qualquer luz, brilho ou até mesmo um simples raio de sol.


Outras porém, pareciam ter personalidade, e uma personalidade maior do que as demais, janelas guerreiras, de lutas...


A minha felicidade era quando encontrava janelas que me revelavam e me faziam ter curiosidade de conhecer o mundo.


Um mundo diferente da minha vida cinza no qual a minha cidade sempre me proporcionou.... Essas janelas tinham mais vida, eram bonitas por dentro, por fora e mais do que isso, me fazia ter inspirações, paz e uma vontade enorme de tê-las comigo para toda a minha vida.


Foi através de janelas como essa que me encantei pelo caminho do conhecimento, da pesquisa, da investigação e acima de tudo paixão pela vida, uma vida que poderia me proporcionar a encontrar outras diversas janelas como essa, que me inspirava e me fazia sentir um amor incalculável por esse novo-velho mundo.


Conheci outras janelas, lugares, pessoas e personalidades. Minha maior lição com toda essa curiosidade foi a de estar sempre com as minhas janelas abertas para o mundo, não deixando curioso quem as visse, deixando e passando amor a quem estiver aberto a receber e aberto acima de tudo para conhecer o mundo, um mundo que hoje não é mais cinza como a minha cidade, mas que brilha como o mesmo raio de sol que não penetra em algumas outras janelas...




Fotos: Valdeir Cavalcante - Cidade de Goiás