quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

AS CHUVAS QUE SERVEM DE ALIMENTO PARA IMPRENSA

Com a expansão dos diversos meios de comunicação nos últimos decênios, já está virando rotina nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, vermos além de noticias e interpretações diferentes dos fatos, um sensacionalismo às vezes exagerado por parte da imprensa em relação as chuvas e suas consequencias.
As críticas vão desde a falta de comprometimento no restante do ano dos políticos para com a sociedade, até mesmo culpar a própria sociedade pelas tragédias acontecidas. Alguns meios inclusive abraçam a idéia de que ao jogar lixo na rua, bueiros entre outros é a maior causa de tais tragédias. Pois bem, com os mesmos meios informacionais disponíveis podemos ter acesso das ocorrências de chuvas que acontecem nos grandes centros, dados inclusive como as normais climatológicas que medem a pluviosidade e temperatura anual com base em dados que são obtidos ao longo de trinta anos, no Brasil atualmente estamos coletando dados para termos a terceira normal climatológica, sendo a primeira entre os anos 1931 e 1960, a segunda entre os anos 1961 e 1990 e a atual que ainda está em andamento, ou seja, entre os anos 1991 e 2020.
Normal climatológica: 1961 - 1990
                                                                                    FONTE: Emerson Galvani

O caso mais recente foi a tragédia que ocorreu na região serrana do Rio de Janeiro. A todo o momento vemos á imprensa escolher diversos culpados, mas são poucos os meios que realmente divulgam que toda essa precipitação para essa época do ano é normal, ainda mais por se tratar de uma região serrana, são poucas também as soluções apresentadas por esses meios.
Deslizamento em Teresópolis 
                                                                                                                  FONTE: UOL

A mTa que traz grande quantidade de água do mar, ao se chocar com altitudes mais elevadas sofre o resfriamento adiabático, ou seja, ao resfriar, essa massa que traz grande quantidade de água ira ter capacidade menor de conter a precipitação, que inevitavelmente ira cair, faz parte do ciclo da água e da época do ano.
O que realmente tem de ser dito é que os detentores do poder, tem sim que planejar não só a retirada de pessoas que moram em locais de risco, mas acima de tudo, dar á essas pessoas moradias dignas em locais apropriados, das á essas pessoas uma boa educação para que as mesmas, não sejam taxadas de culpadas após diversas tragédias. Não se pode cobrar educação ambiental de algumas pessoas, quando as mesmas e muitas vezes, se quer tiveram a oportunidade de ter um ensino básico. Deve-se ainda, investir em planejamento, e nessa área inclusive entra o Geógrafo. Quanto às autoridades, como o Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que vem aos meios de comunicação antes de tudo para se promover, diz que daqui a 20 anos as enchentes de hoje serão evitadas, ele não leva em consideração que daqui a 20 anos o espaço não será o mesmo, os objetos não serão os mesmos e a população também não será  a mesma de hoje, é certo que haverá um crescimento em todos os setores.
Cabe o papel de dar a essas pessoas não apenas esperança como o seu projeto para daqui a 20 anos, cabe a ele começar um trabalho, que sim, será longo, mas que continue nas próximas administrações, que é o investimento em locais apropriados para moradias, uma melhor educação, saneamento básico igual para todos e o mais importante, pensar antes de tudo nas vidas que correm riscos de morte por estarem em locais inapropriados para que assim a imprensa não se alimente de tragédia.

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