Grande parte das Escolas de samba de São Paulo encontram-se centralizadas em alguns poucos distritos.
A estratégia dessas escolas de construírem suas quadras e barracões próximo ao centro, se dá pela logística, nesse caso transporte de alegorias, que sempre acontece próximo as datas previstas para os desfiles (está previsto para os próximos anos a construção da cidade do samba, local que abrigará barracões/galpões de diversas escolas e será construído na Barra Funda).
O epicentro de toda essa concentração é o Anhembi (Complexo Grande Otelo) idealizado e projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer e inaugurado em 1993. Local que recebe nos meses de fevereiro ou março essas alegorias, foliões e atores sociais que fazem parte das comunidades envolvidas com as escolas.
O epicentro de toda essa concentração é o Anhembi (Complexo Grande Otelo) idealizado e projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer e inaugurado em 1993. Local que recebe nos meses de fevereiro ou março essas alegorias, foliões e atores sociais que fazem parte das comunidades envolvidas com as escolas.
Passarela do samba
FONTE: SP Turismo
É de salientar também que a localização dos distritos do samba em São Paulo engloba locais de intensa movimentação noturna como Vila Madalena, Santana entre, Barra Funda outros, trazendo assim mais uma opção de lazer para quem freqüenta a noite paulistana. Assim os distritos do samba abrange grande parte da zona central e distritos de zonas vizinhas.
Barra Funda, Casa Verde e Limão, surgem nos últimos anos como os locais que mais abrigam escolas, 7 no total.
As movimentações financeiras que esses locais trazem durante todo o ano, como venda de produtos e a própria geração de empregos gerada pelas escolas são às vezes a única fonte de renda para diversas famílias.
Nos últimos anos temos também acompanhado uma tendência que parece ter se tornado regra em algumas escolas, a mão de obra vinda de Parintins-AM, são pessoas especializadas na construção de alegorias, que após a festa do Boi, realizada no meio do ano, se direcionam para São Paulo para trabalharem nas escolas paulistas.
Assim essas escolas geram empregos não apenas os atores sociais vizinhos a elas, mas também para profissionais de diversas partes do Brasil.
Distritos do Samba
Distritos do Samba
FONTE: Valdeir Cavalcante
As escolas que compõe os distritos do samba em São Paulo são as seguintes:
· G.R.C.S.E.S. Império de Casa Verde;
· G.R.C.S.E.S.. Vai Vai;
· G.R.C.E.S.. Mocidade Alegre
· G.R.C.S.E.S. Unidos de Vila Maria;
· Sociedade Rosas de Ouro;
· G.R.C.S.E.S. X-9 Paulistana;
· G.R.C.S.E.S. Águia de Ouro;
· G.R.E.S. Tom Maior;
· G.R.C.S.E.S. Pérola Negra;
· G..R.C.E.S Gaviões da Fiel
· G.R.C.E.S. Mancha Verde;
· G.R.E.S. Colorado do Brás;
· G.R.E.S.M. Camisa Verde e Branco;
· S.C. Morro da Casa Verde;
· G.R.E.S. Acadêmicos do Tatuapé;
· G.R.E.S Pega no Samba;
· G.R.E.S. Santa Cecilia;
· Caprichosos do Belém;
· G.R.C.E.S. Unidos do Peruche e
· G.R.C.E.S. Dragões da Real.
Vale salientar que há ainda nessa região alguns blocos que desfilam em locais distantes do Anhembi já que o mesmo não comporta tamanha quantidade de desfiles na semana oficial de carnaval. Esses blocos assim como as grandes escolas, têm como fator essencial a participação da comunidade. Dessa maneira as entidades carnavalescas tornam-se uma das expressões culturais mais democráticas e acessíveis à população paulistana no geral, e aos moradores das periferias, em particular. A autora Isaura Botelho discorreu no seu livro ‘‘Os Equipamentos Culturais na Cidade de São Paulo: Um Desafio Para a Gestão Pública’’ o tema escola de samba, na qual ela aborda a importância dessas Escolas para com a sociedade:
A par dos equipamentos públicos e privados existentes, uma administração que se queira eficiente tem de considerar a parceria com associações e entidades de natureza diversa que desenvolvem atividades culturais. Nesse sentido, é interessante observar, por exemplo, a distribuição das escolas de samba presentes em todas a regiões da cidade. (BOTELHO, 2004).
É possível encontrar em poucos metros quadrados durante um ensaio de escola de samba, o rico e o pobre, o negro e o branco, a criança e o idoso entre outros. Escolas de samba proporcionam ainda aos seus participantes, momentos de status não encontrados no dia-dia dessas pessoas. Uma rainha da bateria, por exemplo, nos momentos de ensaios e desfile, se sente se torna e se comporta realmente como uma rainha, o percursionista realmente se sente o coração da escola, e todos juntos se sentem fazendo parte de um só corpo, de pertencerem e representarem uma comunidade, um lugar.
Julia Lira, 8 anos e rainha da bateria da Viradouro desde 2010
FONTE: O Globo
Outro fator que vale e deve ser salientado é o de que essas escolas ficam abertas durante todo o ano, facilitando assim a visita para pessoas que ainda não obtiveram contato com nenhuma delas. Por estarem localizadas em volta e no centro do município de São Paulo, a facilidade de acesso através de transporte publico ou privado é um ponto positivo pelo fato das diversas opções de linhas e avenidas.
Grande parte dessas escolas realizam durante todo o ano atividades como encontros culturais, shows musicais, encontros comunitários, peças teatrais e práticas esportivas. Em algumas delas o espaço de suas escolas são destinados literalmente a comunidade, com a abertura de diversos cursos profissionalizantes.
Em relação às atividades carnavalescas, grande parte das escolas começa á escolher o seu enredo para o próximo carnaval nos meses de Junho e Julho, são diversas eliminatórias até a escolha final que acontece normalmente nos meses de outubro a novembro.
Após a escolha começam os ensaios para o próximo carnaval, possibilitando há algumas pessoas lazer e a outras, renda.
As escolas de samba acabam sendo espaços riquíssimos em superação, democracia e cultura.
Já os distritos do samba, conforme descritos acima são uma ótima oportunidade para quem já gosta da noite paulistana e para o turista que quer conhecer um pouco mais de São Paulo.
BIBLIOGRAFIA:
BANDEIRA, Pedro Silveira. Institucionalização de regiões no Brasil. Revista da SBPC, ano 58, n°1, jan/fev/mar/ 2006.
BOTELHO, Isaura. Os Equipamentos Culturais na Cidade de São Paulo: Um Desafio Para a Gestão Pública. Espaço e Debates – Revista de Estudos regionais e urbanos, São Paulo, n. 43/44, 2004.
ÁGUIA DE OURO. Disponível em:
˂http://www.aguiadeouro.com.br/˃. Acesso em: 01-Mar. 2011
LIGA DAS ESCOLAS DE SAMBA DE SÃO PAULO. Disponível em:
˂http://www.ligasp.com.br/˃ Acesso dia 23 Nov. 2010.
No Rio aconteceu um incêndio no barracão da Portela e de outras Escolas de Samba.
ResponderExcluirSe em SP for também concentrar as Escolas dêem uma atenção maior a questão do Patrimônio da Escolas, patrimônio do povo do samba.
Marcos Marques da Silva.
55-24-9843-4338
http://paraty-dentro-da-lei.blogspot.com